EÇA, O CÃO E O PAPA

Todos nós já sabíamos que Eça de Queiroz não era propriamente uma pessoa religiosa, agora chamar cão ao Papa ou melhor Papa ao cão, parece demasiada excentricidade do autor.

Nos vagares deste Verão (excerto do início d’ A Relíquia), decidi observar bem de longe a literatura queirosiana nomeadamente a sua obra-prima Os Maias. Textos em massa, como os dele, não se fazem todos os dias, não é verdade? Não há dúvida que será sempre o nosso Marcel Proust português…

Voltando ao assunto inicial, não é que Queiroz teve o descaramento de tratar o seu cão nos Maias, com o nome de Referendo Bonifácio. Na verdade, muitos Bonifácios já foram eleitos para governarem a Religião Cristã, Eça com o seu carácter sarcástico não encontrou nenhum problema em aplicar esse nome católico para o seu animal de estimação n’Os Maias.

Nunca na história o Vaticano permitiu a autópsia dos Papas mesmo quando estes morriam em condições muito suspeitas. No entanto, há bem pouco tempo, estudiosos obtiveram autorização para radiografar o túmulo de Celestino V, que alegadamente morrera às mãos do seu demasiado impaciente sucessor.

Os investigadores alimentaram a esperança de que os raios- X revelassem qualquer indício de violência, como um osso partido ou fora do lugar, por exemplo…

Incrivelmente, o que descobriram foi uma cavilha de ferro com 25 cm cravada no crânio do pontífice!!!

Aaahhh!! Quase que me esquecia!! Coincidência ou não, esse sucessor impaciente chamava-se nada mais, nada menos do que Bonifácio VIII!!!