RICARDO MEYRELLES – ORTÓNIMO
Perdido no vazio,
Só vivo quando rio,
O rio é como eu,
O que afoga é filho seu.
Procuro o meu ser,
Não há, já se perdeu,
Meus “outros” só querem ver,
O vero louco que sou eu.
Só tenho uma certeza,
A incerteza que me corrói,
Meus “outros” são rara beleza,
Eu próprio é que me dói.
Porque quem vive só,
Ou é triste ou dá nó,
O mais triste já fui eu,
Quando meu “outro” morreu.
Porque quem pensa demais,
Ou é anormal ou é génio,
Génio, não sou. Anormal? Mais!
Besta do novo milénio!
“Eles” perguntam-me: “ A quem sais?”
Mas eu não sei dar a resposta,
Saio aos raros animais,
De que pouca gente gosta.
“Eles” querem-se apoderar,
Do pouco ou nada do que eu sou,
Se “eles” estão em meu lugar,
Para que lugar eu vou?
Eu sou um nada, não sou preciso,
Então querem-me expulsar,
Valho zero, será por isso,
Que nem me deixam tampouco amar?
De mim eu gosto pouco,
Gosto mais dos “outros” que estão em mim,
Anormal incompreendido, eu sou um louco,
E Pessoa disse: “Triste quem é assim!”
Há quem me diga que eu não amo,
Peço desculpa mas eu não mando,
Porque os “outros” meus tornam insano,
Mesmo sabendo que estão errando.
Mas eu perdoo a quem mo diz,
Porque eles são “normais”,
O que eu quero é ser feliz,
Mesmo pensando demais.
Talvez não hajam desculpas a dar,
Porque estou fora de mim,
Pobre sou eu que quero amar,
Fortes meus “outros” querendo o fim.
Milagres ou não? Eis a questão!
Sou fiel e acredito,
Mas quando estou crente, já lá não estão,
E quando estou curado, já não acredito.
Poema original de Ricardo Meyrelles – Ortónimo
22/11/2005
Só vivo quando rio,
O rio é como eu,
O que afoga é filho seu.
Procuro o meu ser,
Não há, já se perdeu,
Meus “outros” só querem ver,
O vero louco que sou eu.
Só tenho uma certeza,
A incerteza que me corrói,
Meus “outros” são rara beleza,
Eu próprio é que me dói.
Porque quem vive só,
Ou é triste ou dá nó,
O mais triste já fui eu,
Quando meu “outro” morreu.
Porque quem pensa demais,
Ou é anormal ou é génio,
Génio, não sou. Anormal? Mais!
Besta do novo milénio!
“Eles” perguntam-me: “ A quem sais?”
Mas eu não sei dar a resposta,
Saio aos raros animais,
De que pouca gente gosta.
“Eles” querem-se apoderar,
Do pouco ou nada do que eu sou,
Se “eles” estão em meu lugar,
Para que lugar eu vou?
Eu sou um nada, não sou preciso,
Então querem-me expulsar,
Valho zero, será por isso,
Que nem me deixam tampouco amar?
De mim eu gosto pouco,
Gosto mais dos “outros” que estão em mim,
Anormal incompreendido, eu sou um louco,
E Pessoa disse: “Triste quem é assim!”
Há quem me diga que eu não amo,
Peço desculpa mas eu não mando,
Porque os “outros” meus tornam insano,
Mesmo sabendo que estão errando.
Mas eu perdoo a quem mo diz,
Porque eles são “normais”,
O que eu quero é ser feliz,
Mesmo pensando demais.
Talvez não hajam desculpas a dar,
Porque estou fora de mim,
Pobre sou eu que quero amar,
Fortes meus “outros” querendo o fim.
Milagres ou não? Eis a questão!
Sou fiel e acredito,
Mas quando estou crente, já lá não estão,
E quando estou curado, já não acredito.
Poema original de Ricardo Meyrelles – Ortónimo
22/11/2005
1 Comments:
olá!!!
Muito bem... Fico feliz por saber que a tua prequiça nao afectou a tua escrita :)
Os poemas novos estão muito bonitos. Gosto muito do primeiro... O que seria de nós sem sonhos...
Os ultimos versos do segundo estao muito giros e os outros tambem...
Este eu já tinha lido, só queria dizer-te que não estás só, estás rodeado de pessoas que te adoram... Tens o teu lugar... e o que seria de nós sem ti... Quanto aos milagres tu sabes que eu acredito, e tenho as minhas razoes... E o Amor chega quando menos esperamos, pelas pessoas que menos esperamos... É um sentimento primitivo :)
Beijinhos***
GMDT***
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