SONETO IV
Ora te olho, ora te vejo,
Sinto este amor que não é d’Homem,
Ora te cerco com o meu beijo,
Quando os meus olhos por ti te somem.
És uma nuvem, sem céu nem dono,
Quero tocar-te mas não consigo,
Poente nasces com o meu sonho,
Quando acordas, dormes comigo.
No céu fica apenas o lugar,
Dessa nuvem louca evaporada,
Que se transforma o sonho em ar.
É desse ar que eu respiro o nada,
É desse nada que a nuvem faz voar,
Esse voar com a alma apaixonada
(e amar…)
Abel Carvalho