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quarta-feira, novembro 30, 2005

EU CONFESSO

Confesso que tudo o que sentia era amor.
(Era mas já não é)
Ou se o é, é muito pouco, quase nada ou nada mesmo.
Uma décima parte, talvez seja muito, uma milésima demais…
O resto que era amor agora, não o é.
Não é ódio mas também não é amor.
Se calhar é pior, é indiferença.
(E indiferença não é nada bom)
Confesso que chorei por ti.
Mas agora rio, rio de ti e de mim também.
Não tenho pena, nem guardo máguas.
Elas estão com o amor que se evaporou de mim.
Meu coração está agora vazio, a paixão escapou-se.
Tal como as pedras caiem de um saco roto.
(Por tudo aquilo que me fizeste)
Mas, sabes, sinto-me bem.
Pelo menos, muito melhor.
Antes sofria, agora não.
Só sinto a indiferença.
Antes sentia um vazio, agora sinto o vazio desse vazio.
Quase quero vingança.
Sofri demais!
(Mas não…)
Não vale a pena!
(Tu não mereces)
Nem sequer isso mereces.
Tu agora não existes,
Foste tu que te suicidastes de livre vontade.
Eu não me daria ao trabalho de te matar.
(Tu não merecias…)
Suicídio, isso sim!
Ai mas como eu me ri da tua morte.
(Agora vês-me do Inferno!)
E eu aqui neste belo mundo feliz sem ti pela primeira vez.
Apetece-me chamar-te nomes.
(Mas não…)
Ofenderia as palavras e não valia a pena.
Quase te detesto, quase te amei.
Fizeste me detestar de mim próprio quando a culpa era toda tua.
(Grande lorpa, fui eu!)
Tu para mim morreste!
NÃO!
Tu para mim, nunca chegaste a nascer nesta merda de mundo.
(Mas eu sei que nasceste!)
Sei porque sofri… e foste tu que me fizeste sofrer.
Como toda a flor que nasce do jardim, toda a merda nasce deste mundo.
E tu foste uma delas.
(Não a flor, mas o resto…)
(Ai, mas como me rio!)
As cartas de amor são estúpidas, ai como são estúpidas.
Se o amor existe, também existe o ódio.
Mas eu não o sinto.
Nem uma coisa nem outra.
Sinto apenas indiferença.
Por isso amor e ódio nunca existiram.
Só de pensar que antes morria por ti!
(Ai, como me rio…)
Agora quase te mato!
Se opostos se atraem então eu sou o assassino e tu a vítima.
(Trocamos os papéis)
A vítima sempre fui eu e tu te rias, agora chora a tua parte.
Aprendi que o amor dói quando se acaba.
Mas também aprendi que é a dor que acaba com o amor…



By: Manuel Rebelo

30/11/2005

sexta-feira, novembro 25, 2005

É URGENTE UM SORRISO

Um sorriso é urgente,
Dum sorriso preciso,
Um sorriso diferente,
Dum presente sorriso.


Eu preciso de tudo,
Dos lábios do dente,
Um sorriso mudo,
Porque estou carente.

A sorrir, a sorrir,
Posso-te conhecer,
Não preciso de ouvir,
Só preciso de ver.

Esse teu sorriso,
Que me fez nascer,
É o meu feitiço,
Que me faz viver.

Sorri para mim!
Abraça o teu lábio.
Quem sorri assim,
Engana um sábio.

Sorri para ti,
Pinta esperança,
O verde que vi,
Está na tua herança.

Um sorriso é sem preço,
Como todo o desejo,
É por isso que peço,
Como quem pede um beijo.



Um sorriso é verdade,
Um sorriso não mente,
Tudo é realidade,
Tudo nele é urgente…

P.S: É evidente que há sorrisos melhores que outros ...lool mas todos são bons!


By Meyrelles

quarta-feira, novembro 23, 2005

RICARDO MEYRELLES – ORTÓNIMO

Perdido no vazio,
Só vivo quando rio,
O rio é como eu,
O que afoga é filho seu.

Procuro o meu ser,
Não há, já se perdeu,
Meus “outros” só querem ver,
O vero louco que sou eu.

Só tenho uma certeza,
A incerteza que me corrói,
Meus “outros” são rara beleza,
Eu próprio é que me dói.

Porque quem vive só,
Ou é triste ou dá nó,
O mais triste já fui eu,
Quando meu “outro” morreu.

Porque quem pensa demais,
Ou é anormal ou é génio,
Génio, não sou. Anormal? Mais!
Besta do novo milénio!

“Eles” perguntam-me: “ A quem sais?”
Mas eu não sei dar a resposta,
Saio aos raros animais,
De que pouca gente gosta.

“Eles” querem-se apoderar,
Do pouco ou nada do que eu sou,
Se “eles” estão em meu lugar,
Para que lugar eu vou?


Eu sou um nada, não sou preciso,
Então querem-me expulsar,
Valho zero, será por isso,
Que nem me deixam tampouco amar?

De mim eu gosto pouco,
Gosto mais dos “outros” que estão em mim,
Anormal incompreendido, eu sou um louco,
E Pessoa disse: “Triste quem é assim!”

Há quem me diga que eu não amo,
Peço desculpa mas eu não mando,
Porque os “outros” meus tornam insano,
Mesmo sabendo que estão errando.

Mas eu perdoo a quem mo diz,
Porque eles são “normais”,
O que eu quero é ser feliz,
Mesmo pensando demais.

Talvez não hajam desculpas a dar,
Porque estou fora de mim,
Pobre sou eu que quero amar,
Fortes meus “outros” querendo o fim.

Milagres ou não? Eis a questão!
Sou fiel e acredito,
Mas quando estou crente, já lá não estão,
E quando estou curado, já não acredito.



Poema original de Ricardo Meyrelles – Ortónimo

22/11/2005

SONETO II

Olha teu rosto como é lindo,
Será que foi Deus que o fez?
Sente teu lábio sorrindo,
Como na primeira vez.

Deus que foi o teu criado,
É perfeito e tu perfeita,
Não se terá enganado?
Ou trocado a colheita?

Mas quem erra é imperfeito…
E não foi Deus o grande eleito?
Erros de todos, todos meus…

Mas tu queria és meu amor,
Amor sem fé, amor com dor,
Mas tu não erras és o meu Deus…

Abel Carvalho

15/11/05

SONETO I

Sinto um vazio daquilo,
Que tens mas não me queres dar,
Minha vida sem teu ar é asilo,
Sem chave para me libertar.

Envolvo tua saliva de mel,
Nas garras da minha boca faminta,
E com o prazer de cada toque de pele,
Peço ao teu amor que me afogue e me sinta.

Quero uma resposta antes de perguntar,
O que queres que eu sinta por ti,
Pois maior sentimento que o verbo amar,

Só mesmo o que agora sinto aqui,
No fundo do rasgado coração a desbotar,
Ao ver-te a sorrir tão longe mas ali.


Abel Carvalho

27/06/2004

OS DEVERES DO LEITOR

Depois de Daniel Pennac ter escrito os Direitos do leitor, tenho o prazer de anunciar em primeira-mão – Os Deveres do leitor
1º O dever de saber ler.
2º O dever de estimar os livros.
3º O dever de deixar os outros ler.
4º O dever de ter uma opinião formada sobre um livro já lido.
5º O dever ler pelo menos um livro inteiro até ao fim.
6º O dever de conhecer os heróis do romances.
7º O dever de escutar que leu um livro.
8º O dever de aconselhar a um amigo um livro que tenha gostado.
9º O dever de respeitar as ideias dos autores dos livros.
10º O dever de não violar os direitos do autor.

domingo, novembro 13, 2005

PORQUE HOJE É DIA DE SÃO MARTINHO


O OUTRO LADO DA CASTANHA


Quando o ouriço nos pica,
Pica para todo o mundo.
Gente pobre ou gente rica,
Com a barriga cheia fica,
Mesmo com jejum profundo.

Só no Liceu sossegado,
Cresce o lume que aquece,
Castanhas de lado a lado,
Outro saco traz o empregado,
Entre outras que Deus oferece.

O cheiro que não engana,
E o sabor que não se esquece,
Se está fumo abana, abana,
Põe mais luz a essa chama,
E à castanha que merece.

Na aldeia não vai sobrar,
Apesar da muitas preces,
As castanhas vão roubar,
Pouca fome e jubilar,
Mesmo ao pobre que perece.

São Martinho a Roma vá,
Dê a capa, eu vou consigo,
O Verão aonde está?
Se ontem tive a vida má,
Hoje sou o seu mendigo.

Ricardo Meireles- o próprio

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